Página:Ambições (Ana de Castro Osório, 1903).pdf/169

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o João, um pouco affastado e silencioso como sempre, n’aquellas companhias.

A Candida, radiante, dava o braço ao Visconde, e jungia ao seu carro triumphal o Braga, cada vez mais apaixonado, e os rapazes hospedes da casa.

Depois da ceremonia dos comprimentos, dirigiram-se em festiva algazarra para o sitio destinado para a festa, uma clareira entre arvores seculares onde se cruzavam ruas de copados cedros. D’uma cascata, perto, a agua cahia a cantar de pedra em pedra por entre as begonias velludosas, os fetos arrendados e a avenca franzina.

Chegava o juiz, arrastando a perna gottosa ao lado da mulher vestida de côr de canna, — «com um fato usado, explicava o marido, porque para festas no campo não se podia levar coisa boa.

O dr. Pinto veiu logo atraz, rindo sempre muito alto, a sacudir as barbas brancas de propheta; depois chegou o Domingos, de sobrecasaca preta bem lustrosa como se assistisse a casamento ou enterro. As cunhadas, as manas Rebellas, falladoras e alegres, mettiam as raparigas a um canto. E vieram ainda as meninas Costas e as Souzas, a rir e a gralhar, guinchando a proposito de tudo e de nada: achando pilhas de graça ao Móttasinho, chamando o Neves para a sua róda, olhando para o Telles como para uma praça forte a desafiar conquista.

Por fim, fazendo se propositadamente esperar como pessoas reaes, chegaram os Maximianos, com espavento e comitiva. O padre Mathias á frente, a baroneza pelo braço do conselheiro,