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primeira porta do corredor, que eu lá vou — disse Joaquina.

Marianna deu alguns passos, olhou novamente para a janella onde vira a senhora sem habito, e repetiu ainda:

— Se eu fosse amada como ella!...

Mal entrou na grade, disse á sua amiga:

— Olha lá, Joaquina, quem é uma menina muito branca, alva como leite, que estava alli agora n’uma janella?

— Seria alguma noviça, que ha duas cá muito lindas.

— Mas ella não tinha vestimenta nenhuma de freira.

— Ah! já sei: é a D. Therezinha Albuquerque.

— Então não me enganei — disse Marianna, pensativa.

— Pois tu conhecel-a?

— Não; mas por amor d’ella é que eu cá vim fallar comtigo.

— Então que é?! Que tens tu com a fidalga?

— Eu, cá por mim, nada; mas conheço uma pessoa que lhe quer muito.

— O filho do corregedor?

— Esse mesmo.

— Mas esse está em Coimbra.

— Não sei se está, nem se não. Fazes-me tu um favor?

— Se eu poder...

— Pódes... Eu queria fallar com ella.