cujo cheiro de santidade não passa do olfacto hypocrita ou estupido dos mortaes.
Thereza Clementina bem a viram transportada da escadaria do templo, onde cabira, á liteira que a conduziu ao Porto. Recobrando o alento, viu defronte de si uma criada, que lhe dizia banaes e frias expressões de allivio. Se alguma criada de seu pae lhe era amiga, de certo não aquella, acintemente escolhida pelo velho. Nem ao menos a confiança para a expansão em gritos restava á affligida menina.
Perguntava-se a si mesma Thereza se aquella horrorosa situação, seria um sonho! Sentia-se de novo fallecer de forças, e voltava á vida, sacudida pela consciencia da sua desgraça. Condoeu-se a criada, e incitou-a a respirar, chorando com ella, e dizendo-lhe:
— Póde fallar, menina, que ninguem nos segue.
— Ninguem?!
— As suas primas ficaram: apenas vem os dois lacaios.
— E meu pae não?
— Não, fidalga... Póde chorar e fallar á sua vontade.
— E eu vou para o Porto?
— Vamos, sim, minha senhora.
— E tu viste tudo como foi, Constança?
— Desgraçadamente vi....
— Como foi? conta-me tudo.
— A menina bem sabe que seu primo morreu.
— Morreu?! Vi-o cahir quasi aos meus pés; mas....