— Atira ao da esquerda! — disse João da Cruz.
Foram simultaneas as explosões. A pontaria do ferrador fez logo um cadaver. Os balotes do arreeiro não estremaram o outro entre o carrascal onde se embrenhára.
A este tempo assomava Simão no tezo d’onde lhe tinham atirado, e corria ao ponto onde ouvira os segundos tiros.
— É v. s.^a, fidalgo? — bradou o ferrador.
— Sou.
— Não o mataram?
— Creio que não — respondeu Simão.
— Este desalmado deixou fugir o melro — tornou João da Cruz — mas o meu lá está a pernear na vinha. Sempre lhe quero vêr as trombas...
O ferrador desceu os três socalcos da vinha, e curvou-se sobre o cadaver, dizendo:
— Alma de cantaro, se eu tivesse duas clavinas não ias sósinho para o inferno!
— Anda d’ahi! — disse o arreeiro — deixa lá esse diabo, que o senhor doutor está ferido n’um hombro. Vamos depressa, que está o sangue a escorrer-lhe.
— Eu vi duas cabeças a espreitarem-me de cima de uma ribanceira, e cuidei que eram vocês — disse Simão, em quanto o ferrador, com a destreza de habil cirurgião, lho enfaixava o braço ferido com lenços. — Parei o cavallo, e disse: «Ólé! ha novidade?» Logo que me não