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que succedessem. Depois vestiu-se, comprimindo contra o seio um embrulho em que levava o tinteiro, o papel, e o massête das cartas de Simão. Sahiu do seu quarto, relanceando os olhos lagrimosos para o painel da Virgem, e encontrando o pae, pediu-lhe licença para levar comsigo aquella devota imagem.

— Lá irá ter — respondeu elle. — Se tivesse tanta vergonha como devoção, seria mais feliz do que ha de ser.

Uma das primas, irmãs de Balthazar, chamou-a de parte, e segredou-lhe:

— Ó menina! estava ainda na tua mão dares remedio á desordem d’esta casa...

— Qual remedio?! — perguntou Thereza com artificial seriedade.

— Diz a teu pae que não duvidas casar com o mano Balthazar.

— O primo Balthazar não me quer — replicou ella, sorrindo.

— Quem te disse isso, Therezinha?

— Disse-m’o meu pae.

— Deixa fallar teu pae, que está desatinado com o amor que te tem. Queres tu que eu lhe falle?

— Para que?

— Para se remediar d’este modo a desgraça de todos nós.

— Estás a brincar, prima! — redarguiu Thereza. — Eu hei de ser tua cunhada, quando não tiver coração.