Quem fez sentir aos operarios, a muitos que ganham bastante, mais do que qualquer empregado publico, que a sua grande força estaria na modestia do viver, no cuidado que puzeram em criar higienicamente e em educar os seus filhos?
Quem lhes faz sentir, sem azedume, o ridiculo do luxo que ostentam, nas mulheres e nos filhos, imitando as burguêsas que dizem despresar? Quem lhes incutiu, com as preocupações mais altas do espirito, o horror a essas festas em que a saúde e o dinheiro por igual sofrem um forte abalo?
Como quasi todos os portuguêses, não pensam quanto melhor seria possuirem a casa onde habitam e nasceram os filhos, que os viu sorrir e crescer, que lhes conhece as lagrimas e as alegrias. Quanto seria preferivel, á taverna que os envenena e fére toda a sua geração, o theatro que educa e diverte, criando uma atmosfera mais pura para o espirito. Quanto mais proveitoso lhes seria fundar e frequentar bibliothecas, serem emfim os iguais ou superiores aos que hôje imitam, não pelo trajar que é vaidade de
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