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Página:Ana de Castro Osório - Ás Mulheres Portuguêsas (1905).pdf/183

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Ás mulheres portuguêsas
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temperamento e nos quais a revolta não explúe; mas condensada em lagrimas ella hade surgir um dia, quando os famintos, os miseraveis, os despresados de todos os tempos, vierem reclamar o seu quinhão de felicidade e de far- tura.

Ninguem se habitúa á dôr, ninguem!, dígo-vo-lo eu, que tenho olhado com mais curiosa piedade para os que em baixo sofrem e maldizem a vida, do que tenho invejado e admirado os que em cima cantam a sua gloria e triunfo.

Pois bem, para debelar ou minorar o mal de que sofremos todos, os filhos duma sociedade que vive num perpetuo desequilibrio de elementos economicos e moraes, a missão da mulher, irmanada ao homem, libertada pela inteligencia, pelo trabalho e pela educação, é bem clara! O dever impõe-se-lhe de maneira indiscutivel e manda-a entrar resolutamente em acção.

Passaram, de todo, os tempos cavalheirescos. Presentemente ninguem se lembraria de nos exigir que arrancassemos das panoplias as espadas dos antepassados para armarmos os