— As suas ações.
— Ah! as minhas ações! Não se vendem.
— Pois, se quiser, fico com todas as dez.
Este especulador, que tomais por um comprador de ações, está desesperado por vender as suas antes do dia onze.
Mais adiante tomam-vos o braço de repente, e vos arrastam para a porta de uma loja ou para alguma esquina deserta.
— Quero pedir-lhe um favor.
— Pois não, senhor.
— Em quem vota?
— Em... Não sei ainda.
— Pois então peço-lhe o seu voto para o meu candidato.
— É membro da comissão?
— Não.
— Pois então está servido.
— Fico-lhe muito agradecido.
E continuais o vosso caminho, já um pouco azoado.
— Psiu!...psiu!
É um amigo que vem a correr, naturalmente para participar-vos alguma novidade importante.
— Sabe alguma coisa de novo?
— A respeito...
— Ora, a respeito das ações.
— Não; não tenho ouvido dizer nada.
— Fala-se numa segunda errata.
— Qual! não tinha jeito nenhum.
— Como! O regimento de custas era obra de jurisconsultos, e teve duas erratas.
— Tem razão!
— Adeus.
Quando pensai que vos desvencilhais do homem das erratas, caís nas mãos de um esquecido, que trata de comentar a grande lista dos agraciados, de princípio a fim.
Começa a calcular pelas famílias, depois passa a analisar os indivíduos, examinar a sua profissão, e por fim entra no vasto campo dos paralelos e das comparações.