Página:Ao redator do diário.djvu/9

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do jornalismo, da opinião, dos últimos refúgios e o arrastou ante o país para que o contemple em face!

Volta-se toda a cólera contra o imprudente! «Carregue-se este bode emissário com os nossos pecados políticos, e expulsem-no do grêmio; que vá pagar no deserto a culpa do absolutismo!»

Em boa hora venham tais assomos de indignação que, se doem ao escritor por ingratos, prazem ao coração brasileiro! Sim; como na cerimônia hebraica de bom grado me carregarei dos nossos erros passados e comigo arrastarei ao ouvido o ódio e remorso deles. Mas floresça no meu país a liberdade constitucional e restaure-se o império da lei e da moral.

Sobra-me espaço. É mais um momento ao prazer desta prática. Desejo apagar os receios que nutre a meu respeito.

Não vacilo, como supõe; nem sulco em frágil esquife ondas aparceladas. É terra firme e chão sólido que discorro: o campo foi longamente roteado; os rumos aviventados pela experiência. Não se oscila neste terreno que é o das instituições juradas.

A lei e a honra quando não se provoca a nação a assumir a plenitude da soberania, permitia o nobre redator que o afirme, só tem uma acepção; é a constituição executada com probidade; é o direito e a moral; a justiça e a virtude.

Reli com atenção as cartas publicadas, investigando a frase onde o espírito de tão refletido pensador pudera ter sentido meus deslizes para o absolutismo. Cego talvez pela própria obstinação, não a encontrei.

Será na dedicação de Erasmo à pessoa do monarca; na confiança que manifesta pela ação benfazeja da coroa; no apelo à energia da majestade?

Mas é na esfera da constituição que se dilatam essas aspirações liberais. Invoca-se a coroa, para reclamar dela a verdade do sistema.

Avisou com prudência o sisudo jornalista em adiar a discussão para quando tenham as ideias seu completo desenvolvimento. Não me afastarei do acerto; mas prezo entanto sua adesão, que anelo