pôde. Basta de discussões. Em vez disso, tratemos mas é de leva-la para casa.
Os herois concordaram com o sensatissimo visconde e Pedrinho afundou no mato para tirar cipós, visto não haverem trazido corda. Logo depois apareceu com um rolo de cipó ao hombro.
— Segure aqui! Puxe lá! Força! Vamos!...
Pedrinho conduziu o trabalho da amarração da onça ajudado por todos, menos a Emilia, que se afastara dali e estava numa prosa de cochichos com dois besouros que tinham vindo assistir á cena. Bem amarrada que foi a onça, restava conduzi-la até á casa. Foi o que mais custou. Em certo ponto do caminho Rabicó, que suava em bicas, parou para tomar folego e disse:
— Francamente, prefiro matar dez onças a puxar uma só! Estou que não posso mais...
Pararam todos para um bem merecido descanso, e sentaram-se em cima do pêlo macio da féra morta. Vendo que o sol já ia alto, Narizinho disse:
— Pobre vóvó! Passa bem maus momentos por nossa causa. A estas horas está por lá aflitissima, a procurar-nos por toda a parte...
— Mas vái ficar consolada vendo a bichona que matamos, disse Pedrinho.
— Que matamos, uma óva! pensou lá consigo Rabicó. Que eu matei com o meu tiro de canhão, isso sim.
Pensou apenas. Não teve coragem de o dizer em voz alta, de medo do pontapé que Pedrinho fatalmente lhe pregaria.