Descansados que foram, prosseguiram na caminhada. Duas horas depois avistavam a casa, e viram dona Benta e tia Nastacia, muito aflitas, procurando por eles no pomar. Pedrinho pôs na boca dois dedos e desferiu um celebre assobrio que só ele sabia dar. As velhas voltaram-se na direção do assobio e tia Nastacia, que tinha melhor vista, enxergou-os logo.
— Lá vêm vindo eles, sinhá! e vêm puxando uma coisa exquisita... Quer ver que caçaram alguma paca?
Aproximaram-se os herois. Penetraram no terreiro. Narizinho de longe gritou:
— Adivinhe, vóvó, o que matamos!
Dona Benta respondeu:
— Uns danadinhos como vocês são bem capazes de terem matado alguma paca...
A menina deu uma risada gostosa.
— Qual paca, nem pera paca! Suba, vóvó!
— Então algum veado, lembrou a velha começando a arregalar os olhos.
— Suba, vóvó!
— Porco do mato, será possivel?...
— Suba, suba!
Dona Benta principiou a abrir a boca.
— Então foi capivara, disse.
— Vá subindo, vóvó!
A boa senhora não sabia como subir alem duma capivara, que era o maior animal existente por ali. Narizinho, então, chegou-se para ela e disse, fazendo uma careta de apavorar:
— Uma onça, vóvó!
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