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Página:As Caçadas de Pedrinho (1ª edição).pdf/9

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— Bem sei que você é valente como as armas, Pedrinho, mas olhe que onça é onça, hein? Com um tapa derruba qualquer caçador, diz Nastacia.

O menino bateu no peito com arrogancia.

— Pois quero ver isso! Vou organizar a caçada e juro que hei de trazer essa onça cá para o terreiro, arrastada pelas orelhas. Se você e os outros não tiverem coragem de ir comigo, irei sozinho.

A menina arrepiou-se de entusiasmo deante de tamanha bravura e não quís ficar atrás. — Pois vou tambem! gritou. Uma menina de nariz arrebitado não tem medo de coisa nenhuma. Vamos convidar os outros.

Saíram os dois em busca dos demais companheiros. O primeiro encontrado foi o marquês de Rabicó, que estava na porta da cozinha ocupadissimo em devorar umas cascas de abobora.

— Apronte-se, Marquês, para tomar parte na expedição que vái caçar a onça que você descobriu na mata.

Aquela noticia fez o leitão engasgar com o naco de abobora que tinha na boca.

— Caçar a onça? Eu? Deus me livre!...

Pedrinho impôs energicamente:

— Vái, sim, ainda que seja para servir de isca á féra, está ouvindo, sêo covarde?

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