moral como no físico; alma anfíbia, habitando no vício tão bem como na virtude.
Não professava religião alguma, porém usava de todas: era ao mesmo tempo pelos padres da Companhia e pelos senhores de engenho, a favor e contra a liberdade dos índios; vivia bem com o alcaide e com os ratoneiros; acoutava negros fugidos e também os entregava aos donos quando lhe davam pingue espórtula.
Seu verdadeiro nome era Joaquim Brás; pelo menos assim foi dado o rol na Câmara, quando se tratara do assentamento dos moradores e vizinhos do Conselho. Desse nome usava ele sempre que traficava com os mercadores judeus. Neste caso pronunciava Baraz e escrevia Joakim com k em vez de q; isso dava à assinatura certo cheiro de velho testamento, bastante para conciliar a benevolência dos vendedores, e não tanto que comprometesse.
Se vivera nos tempos modernos, o Sr. Brás (Joaquim) ou Joakim Baraz faria um importante papel na política; e primaria sem dúvida entre os mestres de certa escola, que aceita todos os princípios e apoia todos os governos.
O Brás naquele momento acabava de riscar a giz