Página:As Minas de Prata (Volume I).djvu/151

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levou as mãos à boca em forma de buzina e gritou:

— Gil!...

O coro respondeu:

—...il, il, il!...

O pajenzito voltou-se para o telhado, e dando com o caboclinho, levou a mão aberta à boca: com o dedo anular fez o gesto de silêncio e com a palma o de espera. Tudo isto com certo empertigamento casquilho, que bem mostrava quanto o pajenzito tomava ao sério suas funções.

— Bico! disse Martim para os outros. Não me piem!

— Nada de barulho!... acudiram alguns.

O resto calou-se; e arregalou os olhos porque a corrida estava próxima.

O sinal da investida soou na liça.

As duas quadrilhas, de lança em reste, arremeteram à desfilada uma contra a outra, e esbarraram no meio da estacada, como as trombas d’água que embatem no oceano pulverizando-se. Os cavalos, de chofre estacados no ardor da carreira, empinaram, topando peito com peito; as lanças romperam nos escudos, que retiniram ferindo-se; os justadores, com o ímpeto