Página:As Minas de Prata (Volume I).djvu/152

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da peleja, dobrando sobre os contos, se enovelaram no turbilhão.

Um instante foi impossível distinguir entre os vórtices daquele torvelinho de homens o que passara; os espectadores mudos e suspensos esperavam cheios de curiosidade; Inesita pálida e sem respiração sentia paralisadas no seio as pulsações que há pouco o faziam intumescer-se brandamente; o próprio D. Diogo, em quem revivera a imagem, desmaiada já, das esperanças e glórias da mocidade, reanimou-se com o choque dos cavaleiros.

Rápido e fugace passou esse momento de ansiedade: foi como pausa imperceptível no meio da lufa-lufa do combate.

Os cavalos arcando, arrancaram afinal em nova desfilada, nitrindo, aspirando o ar pelas narinas dilatadas, atirando ao vento as crinas esparsas. As duas quadrilhas, deslaçando-se como fios de uma meada, atravessaram a arena e foram de novo alinhar-se na extremidade oposta àquela de onde tinham partido.

Então pôde-se apreciar o resultado da justa, e ver os destroços que a onda de cavaleiros em seu furor havia deixado sobre o campo; ginetes estropiados, campeões desarmados, lanças rompidas, capacetes e jaezes