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Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/110

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bispou Martim, e caindo sobre ele como ave de rapina, fisgou-lhe a orelha. Lá foi o pobrezinho de rastros, batendo por bancos e mesas, até o balcão onde o judengo o arremessou como um fardo.

Gil sacara do punhal; saltou na ombreira da janela para correr sus ao taberneiro; o menino ia cego de ira; ninguém sabe o que seria do Brás, se um dos companheiros do Anselmo que viu o movimento do pajem, não lhe obstasse o intento.

— Que é isso agora?... Franguinho já de esporão!... Salta, pirralho!

O sujeito que proferira estas palavras tentou agarrar o braço de Gil, mas este correu-lhe a punhalada tão rápido que ainda arranhou-lhe a mão apesar da ligeireza com que fugira.

— Encolha a munheca, sô barbaças! disse o petulante menino, engrilando o franzino talhe.

Naturalmente o barbaças ia retorquir-lhe a fineza com alguma punhada ou tapa, quando chamado pelos companheiros reuniu-se a eles e seguiram os cinco rua abaixo. Durante a briga de Gil, o taberneiro havia segredado ao ouvido do espia o que fora combinado com o Anselmo