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Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/128

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— Mas... ia dizendo o pajem.

— Ouve! Dir-lhe-ás somente este recado, guarda-o bem guardado: “Que lhe restituo quanto era dela; o mais tem-no a terra”. Juras-me, Gil?

— Mas ele não há de ferir-vos, Senhor Estácio! Por essa fico eu. Quem joga as armas como o cavalheiro, teme-se lá de qualquer alferes? Em já hoje ele não viu a amostra do pano?

— Ninguém sabe o que pode suceder. Jura sempre!

— Pois o quereis, juro por alma de minha santa mãe e por Deus que a tem! Mas são juras em vão; heis de ensinar o alferes para vosso e meu contentamento. Já eu estou saltando!...

— Digo-te eu, Gil, que sua espada me há de transpassar.

— Não repita estas palavras, Senhor Estácio. Dá-me gana de chorar.

— Tens pena de mim, Gil?

— Pena? respondeu o pajem. Também a tenho; porém mais é a raiva só de pensar que vos possam fazer mal!

O moço cingiu a cabeça do menino e a teve algum tempo sobre o coração; depois montou rápido a cavalo;