Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/212

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mal divisara o vulto da rapariga entre as sombras e folhas do arvoredo.

— Chega, João, saberás a nova que te guardei! disse a moça com o coração nos lábios.

— Vai dizendo, Mariquinhas! Também eu trago-te uma por que não esperas, respondeu o rapaz mui prazenteiro.

— Pois ouve lá! O pai quer-me para mulher do José Tendeiro!... Sabes? o remendão!

Dizendo isto o riso argentino desfolhava rosas nos frescos lábios da rapariga.

João enfiou.

— Então coseram-te a língua? Nem dizes que te parece do meu futuro!...

— Eu, Mariquinhas!... balbuciou João. Eu... que queres que diga, senão que o José Tendeiro há de ser bom marido... É arranjado e bem visto da gente...

— Achas isso, João? perguntou a moça descorando.

— Acho, sim, Mariquinhas. Só me pesa não estar aqui para as bodas, que vou-me ao sertão. Vinha mesmo para te dizer adeus. Saio pela alvorada.

— Pois era essa a nova que me trazias?