A um lado da teia, junto à tenda destinada aos mantenedores, tinham preparado um coxim com dossel; dois cavalheiros, D. José de Aguilar e Fernando de Ataíde, de pé no último degrau, pareciam esperar a pessoa que devia ocupar aquele trono oriental.
Tocaram os anafis na entrada da liça; todos os olhos voltaram-se para ver o novo espetáculo que se apresentava.
Vinha na frente um truão coberto de guizos, fazendo esgares e trejeitos que provocavam o riso da multidão; seguiam dois mouros arrastando as curvas cimitarras; outros dois caminhavam ao lado de um palanquim conduzido por negros vestidos como eunucos, sobre o qual vinha sentada uma mulatinha de dezoito anos.
Era um tipo brasileiro, cruzamento de três raças; americano nas formas, africano no sangue, europeu na gentileza. O moreno suave das faces, os grandes olhos negros e rasgados, os dentes alvos engastados no sorriso lascivo, o requebro lânguido e sensual do porte sedutor sob o traje oriental, davam-lhe ares de verdadeira sultana.
Véu branco e transparente, preso ao airão dourado, descia-lhe sobre o rosto, avivando mais