— Mas exigistes dele que vos restituísse?
— Sabeis com que me tornou? Que aquilo era um tesouro e devia ser restituído ao seu próprio dono.
— Bom modo de ficar-se com ele.
— E ficou-se; ainda que já em São Sebastião teimando eu que me voltasse o meu achado, disse-me que já avisara o dono para o vir receber. Mas isso não passava de uma história.
— Quem era o tal dono, não lho perguntastes?
— Fez-me orelha mouca!
— E deixou-vos tocando leques com bandurra!
— Sempre deu-me uns dez marcos de prata, como espórtula!
— Vejam que tal era a ganância!
— Mas então esse papel cuidais vós que fosse o roteiro?... disse o soldado.
— Da cidade encantada. Não podia ser outro.
— Também estou nisso! afirmou o gajeiro.
— Talvez não passasse de algum diário de descobertas! replicou D. Aníbal.
— Há muitos anos que isso foi?
— Três, se tanto. Seria pela Assunção.
— Dormistes no caso. Bem pode acontecer que já seja tarde.