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Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/186

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— Sua bênção, tia Brites!... disse o menino.

A velha levantou um pouco os grandes óculos de tartaruga que lhe armavam o nariz, e encarou com a pessoinha que falara.

— Deus vos abençoe, filho!... Ah! sois vós, Gil? Em casa estão todos em santa paz?

— Vai-se vivendo, assim como Deus manda. A Joaninha?

— Há de estar lá no terreiro às voltas com sua lida.

Gil prosseguiu pelo caminho aéreo até o outro lado da casa, onde ficava o terreiro. Aí como visse a Joaninha mui apurada nos doces, logo deixou-se escorregar mansinho pelo muro abaixo. Aproximou-se sutilmente da mesa, quando a alfeloeira recolhendo as aparas de açúcar, as deitava descuidosamente no tacho posto ao lado. Estender a mão ligeira, arrebatar dos dedos da rapariga um torrão, acompanhando o gesto com um miau perfeitamente imitado, foi para o rapaz coisa de um instante.

— Ai!... Gil!... Que tamanho susto me pregaste!...

E a mulatinha mostrava ainda no tremor da voz e desmaio das cores o soçobro que tivera.