Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/191

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crivado este coração, não saber o que sejam amores!...

— Roga a Deus então que te proteja, rapariga, para que não proves das angústias, em que ontem vi o Senhor Estácio!... Hás de crer, Joaninha... Mas olha lá, não passes a ninguém!... Hás de crer que ele se quis matar!

— Quem, o Senhor Estácio?

— Se não fora certa coisa, que não te posso referir, ninguém sabe a esta hora o que seria dele!... É o que te digo, rapariga! E tudo, adivinhas por quem?

— Pois não adivinhara!... Nem que o não visse andar tanto lá para as bandas de Nazaré!...

— E ontem à tarde no terreiro do Colégio?... Mas a coisa foi no sarau, donde saiu tão avesso do que lá entrou! O que houve, sabe Deus! Mas aí andou volta daquele bruxo, do tal que ele virou ontem de cambotas, o Fernando! Só se eu não crescer um dia, ele deixará de pagar-me!... Com que então, o Senhor Estácio teve um desafio com o irmão... Sabes?... o alferes. E que havia de fazer?... Queria jogar de si a espada, para que o outro o trespassasse!... E foi ele mesmo que mo disse com estas próprias palavras: — “