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Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/190

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Teu doce embora feito por tuas bentas mãos, não me tirou o amargo da boca!

— Qual amargo, Gil!... Estarás tu mofino?

— Estou enquijilado de minha vida, Joaninha! Já me deu gana de chegar ao terreiro da Sé e deixar-me cair de lá, cabeça a baixo.

— Jesus! Cala essa boca, Gil! Não ofendas a Deus, que te ouve!

A mulatinha cingiu o menino ao colo como se o quisesse proteger contra o perigo.

— Que te traz assim tão azoado, pois transtornou-te o juízo?

— Em vindo tinha mesmo na tenção dizer-te a ti, que só és quem pode remediar tudo.

— Eu!... Joaninha? exclamou ela no alegre alvoroço de uma esperança a luzir.

— Tu mesma, em pessoa!

— Ora fala!... Depressa, Gil!...

— Acaso sabes o que sejam amores, Joaninha?

— Se o sei eu, Gil?... exclamou a mulatinha estremecida; levando a mão ao coração que afogava em um delíquio suave, prosseguiu:

— Se o sei eu, Gil?... Eu, que tenho deles