Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/216

Wikisource, a biblioteca livre

aventureiro, alçado a vista para sua irmã Flor de Beleza. Emprazaram-se para o romper da manhã, num sítio próximo da cidade; e o cavalheiro recolheu mui contente de si, ainda que triste do sucesso, todo esperançado no bem querer da princesa, porque ele sabia que amor nada há que não vença. Abalo algum lhe dava o desafio do infante, tão certo estava de que o desarmaria sem ofensa, pois a sua gentileza nas armas era ainda para maiores coisas.”

Inesita estremecera outra vez no lance do desafio; e pálida e ansiada, ficara sem respiro, enlevada dos lábios travessos da Joaninha, que vendo este afogo, disfarçara com os balaios, empurrando-os da beira da banca onde se achavam e dizendo como se falasse com eles:

— Sentido daí, senão, senão!...

Advertida, a moça dissimulou, e Joaninha ia continuar, quando na porta fronteira da entrada ouviu-se o sonsonete pausado e pachorrento de uma voz sonora:

— Licença para o capelão da casa!

Encheu o vão da porta o toro nédio e rochonchudo de um frade, abaixo do regular. Pelo bem cevado da papada e cachaço, mais que pelo grosso