novo acidente para dar outro curso aos ímpetos dessa impaciente ambição.
Começava de cursar a aula de cosmografia; a descoberta do Novo Mundo, recente de um século apenas, dava aos provectos tema vasto para eruditas e compendiosas dissertações. Vilarzito tinha ouvido falar da América, como terra de ouro, e de Cristóvão Colombo, como um piloto feliz.
Quando sua jovem inteligência, exercitando-se nas controvérsias de história e cosmografia, começou de entrever a parte que tivera o gênio naquela portentosa descoberta, seu entusiasmo pelas grandes coisas, que o espírito satírico amortecera, mas não extinguira, acendeu de novo, e talvez mais intenso. Se antes fora chama fugace, parecia agora ardente labareda de um incêndio. Deparou-lhe o destino uma vida de Cristóvão Colombo, escrita pelo filho Fernando. O moço escolar devorou o livro; quando o terminou, tinha na cabeça um vulcão de ideias; corriam lavas do cérebro em ebulição; dos olhos incendidos saltavam chispas de fogo. Esteve assim nessa febre d’alma um dia inteiro; saiu dela para exclamar com o tom de um inspirado: