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Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/77

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tinham granjeado lágrimas e penas. Debalde foi, debalde vagou o resto do dia pela cidade, inquirindo, de quem encontrava, indícios de Vilarzito.

— Digo-te eu por seguro, filha, em que isto mais te aflija, quando não devera! Digo-te eu que o bandido mui de vontade sua te abandonou.

— Não, pai; morto é!

E prosseguia depois de silencioso pranto:

— Morto é! Tenho aqui dentro uma voz que mo está dizendo, e mais, que sua alma ainda não deixou este mundo.

— Abusões que te entraram!

— Não é abusão, pai! Se o céu ouvir os rogos meus, e deparar-me o lugar, onde jazem as cinzas de quem tanto amei, que nesta vida não acabarei de amá-lo!... Por seguro, pai, que estes olhos que a terra tem de comer, o verão uma vez ainda. Ele me aparecerá talvez para levar-me! Ah! prouvesse a Deus!

Dois meses passados, nesse contínuo desviver de tristura e angústias, volveram pai e filha ao pobre casalinho, já tão brincado e loução, ermo agora e viúvo de sua mal gorada alegria, e dos