na modorra; mas o gato miou, a galinha cacarejou, e a este sinal apareceu a mulher que já vimos no dia de Ano-Bom, a mesma a quem buscava o taberneiro.
— A ceia é para esta noite! disse ele.
— Já sabia antes que viesses.
— Sim, pois que és bruxa!... O teu homem é o ajudante, o Bezerra, não esqueças. Conheces-lo tu?
— Nada me é oculto, querendo eu, bem o sabes!...
— Guarda lá para ti as tuas artes de berliques e berloques que ninguém agora carece delas; do que se carece é da tua casquilharia, rapariga, que nisso de embeiçar um homem e pô-lo mesmo a babar, és mestra aprovada. Isso sei-o eu!...
As palavras do taberneiro pareciam uma zombaria amarga a quem contemplasse a figura hedionda e o rosto repulsivo da feiticeira; ela própria ouvindo o elogio de sua torpeza cobriu-se de um sorriso lutuoso:
— Fizeram-me assim!
— Então logo ao escurecer lá te espero.
— Lá serei!