Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/332

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O capitão de mato segurou a cabeça do índio, como quem apanha um coco, e apresentou-a ao estudante.

— Vês tu, lá na fresta da janela, umas sombras delgadas?

— Olho não vê sombra; mas os ferros da grade que está por detrás do pau.

— Quantos ferros são?

— Dois, um que vai da cabeça ao pé, outro do ombro ao ombro.

— Em forma de cruz!... É, justamente o que me parecia. Agora sobe a esta árvore, e olha para dentro por todos os lados.

O índio grimpou pelo tronco acima como um macaco, e subiu até as ramas da árvore; daí viu ele uma nesga do soalho coberto com tapete, e o canto de um bufete onde havia uma bilha d’água, e uma pada intata sobre escudela de pau. Logo desceu para comunicar a Estácio essa observação, que arrancou um gemido a Cristóvão.

— Isto já sabia eu, mas vos não queria dizer para não afligir-vos!... murmurou João Fogaça.

O índio passara aos ramos opostos da árvore, donde podia enxergar de través um dos cantos do aposento. Ali viu refletida no espelho do trumó