Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/130

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o Dr. Vaz Caminha a viera ver, e a sossegara a respeito do sobrinho, pretextando um passeio. Gil também de seu lado respondia o mesmo às suas reiteradas perguntas. Mas os dias correram; Estácio não voltou; e sua tia reparou na tristeza do pajem, a quem na véspera surpreendera lágrimas nos olhos. Essa desacostumada sensibilidade do petulante menino deu-lhe que pensar; de novo inquiriu dele a respeito do ausente, mas Gil disfarçou.

Apenas clareia a manhã, ergue-se do leito onde levara a rolar o corpo e juntamente essas inquietações; depressa se compõe e lá vai direita ao cubículo onde dormia o pajem:

— Gil! oh! Gil!... Espertai, pequeno!...

O menino já ali não está; erguido muito antes dela, e trepado no mais alto dos coqueiros do quintal, devora com os olhos o horizonte e os batelões que velejam barra dentro com a viração da manhã. Por ali se fora Estácio; por ali espera o menino que ele volte nas asas do vento. Três dias eram passados depois da partida do mancebo, e aquele era o segundo de sua aflição por essa tardança.

À voz da dama, que o chama, desce o pajem: