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Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/144

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a noite de Ano-Bom era a primeira vez que o encontrava. Quis evitá-lo; mas já não era tempo.

— Gil acode-me!

— Que tens, Joaninha?

— Ele!...

— Ai! o carapina?

Nisto chegava o mariola; a tumescência das feições e os lampejos dos olhos anunciavam o esto da paixão nessa alma rude.

— Desta vez não terás quem te dispute a mim, disse ele com uma voz curta e ofegante.

Joaninha teve medo e horror; medo por ela, horror por Gil, que ela via pronto a acudir-lhe e sacrificar-se.

— Vai esperar-me adiante, murmurou ela ao pajem.

Este riu e obedeceu. Voltando-se então para o Anselmo, com o rosto banhado de indignação e cólera, atirou-lhe este desafio:

— Podes agarrar-me; mas primeiro morrerás tu, que te larguem estes dentes!

Afrontando a ameaça, ia abraçá-la o Anselmo, quando de repente ouviu-se uma gargalhada de mau agouro, e logo depois apareceu Zana, a feiticeira: