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Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/184

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para responder, e não achou mais que uma jura mal cabida na ocasião. O jesuíta continuou:

— Aos mesmos condenados nunca El-Rei negou confissão, por mais feio e horrendo que fosse o seu crime; e sobem à forca acompanhados de um sacerdote que os exorta na fé do Senhor!... A uma enferma, sem culpa, há de negar-se o consolo da religião, e por autoridade de quem? De um soldado!...

— Soldado!... Soldado!... murmurou D. Aníbal em talas.

Aos dois passantes se haviam reunido outros, que a um e um já formavam grupo, e inquiriam-se mutuamente da causa da altercação, escutando ao mesmo tempo o jesuíta. O homem do recado tivera o cuidado de soprar ao ouvido de cada um o caso do ataque, de modo que os murmúrios descontentes e os gestos de ameaça começaram a despontar no ajuntamento. De seu lado Molina, sentindo que tinha um fragmento de povo ao alcance de sua mão, dispôs-se a empunhá-lo como uma alavanca. A palavra vibrante fluiu de seu lábio, crespo pela indignação, e esparziu sobre aquelas cabeças as centelhas que deviam produzir a combustão. O tumulto popular