Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/222

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A fuga de Estácio na chalupa, com direção à barra, acabava de derrocar a sua primeira suposição. O mancebo não era instrumento do governador, mas servia aos seus próprios interesses; fora da barra estava naturalmente fundeado algum navio, que o esperava para fazer-se à vela, rumo da Bahia.

Sem demorar-se desta vez em buscar a explicação dos estranhos acontecimentos, compreendeu o P. Molina que o essencial era salvar Estácio, e por conseguinte o roteiro, das garras de D. Francisco de Sousa; depois trataria de conquistá-lo do inimigo mais fraco. O visitador dirigiu-se pois apressado à Rua de São José, onde o povo estava ainda em comoção por causa do arrojo de Estácio. A gente da rua falava da evasão; os guardas, a quem já o governador transmitira os sinais do mancebo, interrogavam os vários grupos.

Molina volteou por entre estes como uma vespa; em pouco não se ouvia senão este ruge-ruge: “Foi para as bandas do Campo dos Ciganos. Viram-no montar a cavalo nos ranchos de Mataporcos! Levava uma bandeira de vinte homens bem armados”.