bordo; e o que é ainda mais grave, certas invenções a meu respeito!
— Pois eu era capaz de semelhante coisa, eu, um irmão da Companhia!
— Bom; eis vossa memória que se aviva! Lembrai-vos que sois irmão da Companhia! Mas é justamente isto que torna mais grave a culpa; pois ocultastes de um irmão tão importante segredo para ir vendê-lo a um fidalgo por ouro.
— Mas tal não há, P. Mestre. Eu vos juro pela cruz benta em como sou inocente.
— Jurai!... disse o frade.
Com gesto majestoso apresentou-lhe a cruz de prata que trazia suspensa ao rosário, e cravou nele os olhos fulminantes.
O taberneiro tremeu até as entranhas; os cabelos erriçaram-se sobre a fronte; ficou hirto e lívido, como galvanizado pelo terror.
— Não... Não posso!...
— Ah! pensaste que tua alma corrompida no vício havia de ficar impenetrável à luz do servo do Senhor?... Imbecil!... Vou confundir-te em tua aleivosia e maldade, repetindo palavra por palavra o que fizeste e disseste em casa do fidalgo.
O P. Molina referiu quanto ele havia tirado de