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Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/246

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— Então já vos não lembrais de mim? replicou o jesuíta sorrindo.

— Tenho uma ideia longe... Mas em verdade!...

— Ora vou avivar-vos a memória. Quanto se muda em três anos!... Pois tínheis excelente reminiscência.

O taberneiro ouviu o rir zombeteiro do frade, e pareceu-lhe este som com o de uma serrilha que lhe passasse pelas longas orelhas.

— Já vos esqueceu o galeão Rosário?

— Sim; estou agora me lembrando!

— Ainda bem! E da ceata que fizestes a bordo com certo Capitão D. Aníbal e mais um rapaz por nome Anselmo, sem falar do mestre gajeiro?

— Disso não, e penso que V. Paternidade está enganado; mas bem me lembro de ter visto o padre-mestre a bordo e de havermos feito juntos um pedaço da jornada de Espanha!

— Justamente; e por sinal que antes da partida fostes aos paços de D. Francisco de Sousa!

— Eu, Brás Joaquim, padre-mestre? É falso testemunho de quem o disse.

— E uma vez lá, cometestes a imprudência de referir ao fidalgo tudo quanto tínheis ouvido a