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Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/263

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fervor de sua devoção. Às vezes quando está sentada à cabeceira da filha enferma, e vejo os olhos que lhe tem cravados nas feições desbotadas, asseguro-vos, P. Visitador, que essa mulher me faz tremer!...

— Quero vê-la!... disse o P. Molina erguendo-se com autoridade.

Instantes depois os dois jesuítas seguiam caminho da casa da viúva, onde chegaram às seis horas da tarde.

D. Luísa veio abaixo recebê-los, muito honrada com a visita do Padre-Mestre Molina, o insigne pregador, que ela ouvira com tanta beatitude na festa da Epifania. A pedido do P. Figueira, levou-os ambos até à câmera, onde jazia prostrada a mísera Elvira, tão desfeita de seu belo e gentil parecer, que o mesmo Cristóvão talvez a não reconhecera.

O visitador chegou à borda do leito, e debruçando-se sobre a enferma, tomou-lhe a mão transparente de magreza.

— Como vos sentis hoje, minha filha?

O semblante de Elvira, que ao avistar o hábito preto dos jesuítas se velara de ódio e terror, esclareceu-se de repente com um raio de esperança. Aquela