Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/315

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— O confessor?... É justamente de que eu preciso. Trazei-o aqui.

O carcereiro foi à porta, que abriu, e logo entrou um religioso, coberto com o grande sombreiro carregado sobre a fronte, de modo a deixar o rosto na penumbra.

— Nada, P. Mestre, segredou o carcereiro; não tem embrulho algum sobre o corpo; disto podeis estar certo.

— Bem: deixai-nos sós; e não esquecei o recomendado.

A porta do cárcere rolou pesadamente sobre os couces; o religioso avançou lentamente para o prisioneiro abatendo o sombreiro que rojou pelas lajes, e mostrou a fronte alta e inteligente do P. Molina.

— Eis-me, filho!...

Estácio não pôde reter a exclamação de sua surpresa:

— Ah!...

Que vinha fazer ali naquele cárcere, revestido do caráter sagrado de confessor, o incansável jesuíta?

Esta interrogação, que logo articulou-se no espírito de Estácio, se reflete naturalmente no pensamento de quem acompanhou o mancebo através