O P. Molina se apresentara na casa de São Sebastião na qualidade de delegado do provincial da Bahia para incumbência de suma importância; a carta de Fernão Cardim recomendava que se lhe desse toda a ajuda e subsídio de que porventura necessitasse. Chegado na véspera por tarde, mal tivera tempo de descansar, e já andava em diligência.
Levantando-se do refeitório, foi direito às oficinas, onde costumavam muitos irmãos exercitar-se nas artes mecânicas, de que saíam afinal peritos oficiais e mestres. O visitador percorreu-as, examinando com atenção os vários utensílios espalhados pelos bancos de trabalho, ou guardados nos respectivos baús. De entre eles escolhia alguns que ia metendo na sacola oculta por baixo do hábito. Concluído este trabalho, sobraçou o livro dos exorcismos, e voltou à casa da devota que o esperava em ânsias.
Momentos depois estava o frade instalado na água-furtada, ninho de ratos e andorinhas, que media quando muito uma braça em quadro. Encostado nas traves, com a cabeça a roçar nos caibros,