levantando assim barreira entre ele e o perigo. A vertigem foi curta; recobrados alguns espíritos, o rapaz recordando a imagem que vira, fugiu espavorido; a voz na garganta, queria gritar e não podia.
A essa circunstância fortuita devia Estácio a crítica e desesperada posição em que se achava. O menino galgava aos dois e três os degraus da escada, e ia cego à proa avisar a tripulação e abrigar-se à sombra dos marujos. Estes correriam às armas, e assim prevenidos esmagariam os sete índios.
Mas a sagacidade do selvagem brasileiro estava nesse momento a bordo.
Os índios obedecendo à recomendação de Estácio, esperavam imóveis e mudos: mas o ouvido sempre à espreita, o olho sempre vivo, a mão sempre lesta. Os saltos do grumete na escada não lhes escaparam; um dos selvagens resvalou pelo convés aproximando-se da escotilha; mal viu ele assomar um vulto que não era do estudante, e virar de corrida para o lado de proa, imaginou por longe o que havia passado na câmera.
O menino estava fora do alcance do braço, e a proa