Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/108

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pelo velho Ramon sob uma laje do oratório nem a empresa que o advogado cometera de salvá-lo das garras dos malfeitores, que a ele se atiravam com furor, minando o chão da casa. Pois naquela noite o velho levara a cabo a sua obra; prosseguindo na escavação, obtivera retirar uma pequena caixa de cedro com lavores de prata embutida. Quer pelo volume, que não excederia de um palmo quadrado, quer pelo diminuto peso, julgou o licenciado que não podia estar ali encerrada a imensa riqueza de que lhe falara a dona.

— Não é esta a caixa: deve estar mais no fundo!

— É esta sim; nem outra há!...

— Então os haveres consideráveis que vos deixou vosso pai estão todos contidos aqui?

— É verdade, nesta pequena caixa, respondeu a dona sorrindo.

— Onde a ocultaremos agora?

— Onde melhor vos parecer, que mais segura esteja!...

— Embaixo da peanha da cruz!... Ficará sob a guarda de Cristo!...

— Bem lembrado! Assim caiba ela!

O advogado ergueu o crucifixo, e ajustou a