crestou-lhe as faces mimosas. Erguendo de repente as vistas, deu com os olhos negros e ardentes da cigana cravados em sua fisionomia, como os dardos de duas lanças.
— Ah! és tu, Zana! exclamou a judia.
— Sou eu, sim, Zana, a bruxa!... respondeu a mulher dando à sua voz um tom surdo.
— Quais novas me trazes?
— Deitei as sortes, e elas vos são propícias!
— Como assim, Zana!... Acaso permitirá Deus que Estácio me queira?... Donde o soubeste?
— Do destino!... respondeu a bruxa com ênfase.
Raquel caiu em si do seu primeiro assomo de esperança.
— Está bem, Zana!... Deixemos as tuas sortes por ora; dize quanto soubeste do que te mandei indagar!
— Criatura!... Que desatino é esse?... Credes mais nos dizeres da gente à toa do que nas falas da feiticeira, que adivinha o futuro e o passado, e lê no livro do destino, como na mente dos homens?...
Raquel fez um gesto de impaciência ao tom enfático e ao gesto dramático da feiticeira: