Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/32

Wikisource, a biblioteca livre

Entrando à noite fechada na gruta, percebeu o pajé que ali tinha penetrado alguém; seu olhar felino sondou as trevas debalde; no dia seguinte conheceu pelas pegadas impressas o pé de um guerreiro branco. Cuidando que fosse seu filho, esperou-o três dias imóvel na crista do rochedo, de onde primeiro o vira; no quarto, como não chegasse, desvaneceu-se a esperança e voltou ao trabalho.

Muitas luas decorreram, sem que nenhum filho da raça branca perturbasse a solidão do pajé. O velho selvagem começava a temer que o guerreiro da sua carne não dormisse já o último sono no seio da terra; mas o ardor da vingança não arrefecia nele, antes acendia-se com a idade; a sua fé era robusta e valente.

Um dia viu avançar através da floresta um guerreiro branco, já idoso, que se encaminhou direito a ele.

— Pajé, conduz-me à tua gruta.

— É o filho de Abaré quem te mandou ao pajé?