mais, mais, mais até que — "crak"!... rachou de alto abaixo em seis pedaços!
Em vez de ficar damnada com aquillo, como Narizinho suppoz, dona Aranha começou a dançar de alegria.
— Ora graças! exclamou num suspiro de allivio. Chegou afinal o dia da minha libertação. Quando nasci, uma fada rabugenta, que detestava minha pobre mãe, virou-me em aranha, condemnando-me a viver de costuras a vida inteira. No mesmo instante, porem, uma fada boa appareceu, dando-me esse espelho com estas palavras: "No dia em que fizeres o vestido mais lindo do mundo deixarás de ser aranha e serás o que quizeres".
— Que bom! disse Narizirho. E no que vae a senhora virar?
— Não sei ainda. Tenho de consultar o principe.
— Sim, mas não vire em nada antes de fazer destes retalhos um vestido para a Emilia. A pobrezinha não pode comparecer ao baile assim em fraldas de camisa como está.
— Agora é tarde. O encantamento está quebrado e já não sou costureira. Mas minhas filhas poderão fazer o vestido da boneca. Não sahirá grande coisa, porque não teem a minha pratica, mas ha de servir. Onde está a senhora Emilia?
Narizinho não sabia. Desde que furtou os oculos da velha e sahiu correndo, ninguem mais viu a boneca.
Dona Aranha voltou-se para as seis aranhinhas.
— Minhas filhas, disse, o encantamento está quebrado e logo estarei virada no que quizer. Vou portanto abandonar esta vida de costureira, deixando a vocês o meu lugar. O encantamento continua em vocês. Cada uma tem de conservar um pedaço do espelho e passar a vida costurando até que consiga um vestido que o faça rachar de admiração, como succedeu ao espelho grande. Nesse dia o encantamento de vocês tambem estará quebrado.
Nisto o principe appareceu. Narizinho contou-lhe toda