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O SITIO DO PICAPAU AMARELLO

engulida. Terminada a discussão, quando a boneca para fazer figa á menina espichou o braço a fim de pegar um segundo croquete...

— Que é dos croquetes? gritou ella.

Nem signal! Emilia esperneou de raiva, ao passo que Narizinho batia palmas de contentamento.

— Bem feito! Estava muito ganjenta? Pois tome!

— Quero os meus croquetes! Quero os meus croquetes! berrava Emilia batendo o pé num grande desespero.

— Se quer os seus croquetes, peça contas a quem os tirou.

— Quem foi?

— Quem mais senão Rabicó? Vae ver que está aqui no quarto escondido debaixo da cama.

Emilia deu busca e logo percebeu o ladrão num canto, resomnando de papo cheio.

— Espere que te curo! gritou, passando a mão na vassoura. E, "pá! pá! pá!"... desceu a lenha no lombo do gatuno que não foi brinquedo, emquanto Narizinho rebolava-se na cama de tanto rir, pensando comsigo: "Se antes de casar é assim, imagine-se depois !"

Isso porque andava alimentando a idéa de casar Emilia com Rabicó.


V — PEDRINHO


Chegou afinal o grande dia. Na vespera viera uma carta de Pedrinho para dona Benta, que começava assim: "Sigo para ahi no dia 6. Mande á estação o cavallinho pangaré e não se esqueça do chicotinho de cabo de prata que o anno passado deixei pendurado atraz da porta do quarto de hospedes (Narizinho sabe). Quero que Narizinho me espere na porteira do pasto, com a Emilia no seu vestido novo e Rabicó de laço de fita na cauda. E tia Nastacia que aprom-