offerece a humilde creada
Condessa de ***
— Leve este presunto á rainha, disse. E você, para distrahir-se pelo caminho, vá comendo este mocotó de pernilongo, concluiu dando á creada um cambito do insecto.
A mensageira agradeceu, retirando-se muito satisfeita da vida, com a salva á cabeça e o mocotó no ferrão.
Emilia fechou a porta e veio examinar os croquetes. Cheirou-os.
— Hum! Estão de encher a bocca de agua! Quer provar um, Narizinho?
A menina torceu o nariz desdenhosamente.
— Deus me livre! Juro que isso é croquete de minhoca.
Percebendo que falava assim por despeito, a boneca disse, para moel-a:
— Quem desdenha quer comprar…
— Só? Engraçadinha!... replicou a menina de nariz torcido e com ar de pouco caso. E vendo a boneca comer um dos croquetes, com os maiores exaggeros do mundo, como se aquillo fosse manjar do céu, fez muxoxo de nojo.
— Está boa mesmo para casar com Rabicó! Comer croquete de minhoca.
— Que seja de minhoca, que tem isso? retrucou Emilia. Tanto faz carne de minhoca como de porco ou vacca ou frango — tudo é carne. E muito me admira que uma senhora que comeu hontem no jantar tripa de porco, mostre essa cara de nojo por causa dum simples croquete de minhoca.
— Alto lá, senhora condessa Minhoqueira! Porco é porco e minhoca é minhoca.
— E' "porisso mesmo" que cômo minhoca e não cômo porco! replicou a boneca victoriosa.
A discussão foi por ahi alem. Entrementes o senhor Rabicó farejou os croquetes, veio chegando de mansinho e, vendo-as distrahidas com a disputa, comeu-os todos de uma