VI — A VIAGEM
Deitaram-se bem tarde naquella noite. Tanta coisa tinha o menino a contar, coisas da casa de dona Antonica e da escola, que somente ás onze foram para a cama. Que somno regalado! Isto é, regalado até uma certa hora. Dahi por deante houve coisa grossa!
Narizinho estava justamente no meio dum sonho lindo quando despertou de sobresalto com umas pancadinhas de chicote na vidraça — "pen, pen, pen..." E logo em seguida ouviu a voz do marquez de Rabicó, que dizia :
— O sol não tarda, Narizinho. Pule da cama que são horas de partir.
Chegando á janella viu o marquez montado num cavallinho de pau, á sua espera.
— E a condessa, já está prompta? perguntou a menina.
— A senhora condessa já está lá embaixo, corcoveando no cavallo pampa.
— Pois então que me sellem o pangaré. Em tres tempos me visto.
Emquanto por ordem do marquez sellavam o cavallinho pangaré, a menina punha o seu vestido vermelho de bolso. Precisava de bolso para levar os bolinhos de tia Nastacia sobrados da vespera, e tambem trazer coisas do reino das Abelhas.
Porque era para o reino das Abelhas que iam, a convite da rainha, Reino das Abelhas ou das Vespas? Não havia certeza ainda. Na vespera chegara um maribondo mensageiro com um convite assim:
a vocês para uma visita hoje
ao seu reino.
Como o papelzinho estivesse rasgado num ponto, havia