interesse; não é a sociedade. É o povo, é a praça pública. A verdadeira sociedade, da qual devemos aspirar à estima, é a união das famílias honestas. Aí respeita-se a virtude e não se profana o sentimento; aí não se conhecem outros títulos que não sejam a amizade e a simpatia. Corteja-se na rua um indivíduo de honra duvidosa; tolera-se numa sala; mas fecha-se-lhe o interior da casa. Quanto a esses homens que vendem sua inteligência, é uma triste verdade; mas Deus assim o quis; porque se o pensamento não se dobrasse às fraquezas humanas, o talento seria soberano, a inteligência governaria o mundo; e o homem não existiria...
CAROLINA – Quanta palavra inútil!...
MENESES – Não são para ti, bem sei; mas saem-me sem querer, e felizmente aqui está um amigo que me escuta com prazer.
ARAÚJO – Realmente precisava ouvir-te para não duvidar de mim, e de todos esses objetos que estou habituado a respeitar.
HELENA – Falemos de cousas mais alegres.
MENESES – Não lhe agrada a conversa neste tom?
(Batem palmas.)
HELENA – Não entendo disto; é bom para Carolina que vive a ler.
MENESES – Ah! Lê romances naturalmente?
CAROLINA – Que lhe importa!