Página:As asas de um anjo.djvu/89

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ARAÚJO – Não tenho... Uma pessoa que te fez bastante mal...

LUÍS – Quem?

ARAÚJO – Lembras-te daquela mulher, que mandava fazer costuras... (Vendo Carolina aperta o braço de Luís) Oh!

LUÍS (voltando-se.) – Ela!...

ARAÚJO – Não vai fazer alguma estralada. Finge que não a vês; é o melhor. (Senta-se.)

LUÍS – Adeus! Não posso ficar aqui.

ARAÚJO – Deixa-te disso, Luís. Nada de fraquezas!

LUÍS – Mas a sua presença é uma tortura.

ARAÚJO – Come alguma cousa: é o melhor calmante para as dores morais. Tenho estudado a fundo a fisiologia das paixões e estou convencido que o coração está no estômago, quando não está na algibeira. (Levanta-se para ir a um aparador cheio de comidas.)

MENESES – Araújo!

ARAÚJO – Oh! Não te tinha visto.

MENESES – Estiveste no teatro?

ARAÚJO – Estive?