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Página:As asas de um anjo.djvu/90

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MENESES – Que tal correu a Favorita?

ARAÚJO – Bem; por que não foste?

MENESES – Tinha uma partida a que não podia faltar.

PINHEIRO (na mesa.) – Anda mais depressa, José!

JOSÉ (entrando com um prato.) – Pronto! Uma mayonnaise soberba!

HELENA – De quê?

JOSÉ – De salmão.

(Durante este último diálogo, Carolina tira as luvas e o bornou e vai deitar no sofá à direita; Luís ergue-se. O trecho seguinte da cena é dito à meia voz.)

CAROLINA – Luís!

LUÍS – Silêncio!

CAROLINA (suplicante.) – Não me quer falar? meu primo?

LUÍS – Com que direito os lábios vendidos profanam o nome do homem honesto que deve a posição que tem ao seu trabalho? Com que direito a moça perdida quer lançar a sua vergonha sobre aqueles que ela abandonou?

CAROLINA – Não me despreze, Luís!