escreveu-lhe pois um bilhete pouco mais ou menos assim concebido:
« Maria—Oito dias tem me parecido oitenta annos: não posso mais. Um homem que se embriaga uma vez não é bebado; mas basta uma hora de embriaguez para enlouquece-lo: preciso ajoelhar-me á teus mimosos pés e limpar nelles os labios, que o sacrilegio nodoou. Maria! serás tão santa que possa perdoar-me?....—Alexandre. »
Uma hora depois o ajudante official da sala do vice-rei recebeu a seguinte resposta:
« Alexandre—Venus perdoa á Baccho. Vem.—Maria. »
A mão de Maria tinha intencionalmente errado, escrevendo: em vez de Venus, a deosa dos compassivos amores deveria ter escrito—Juno—a deosa das implacaveis vinganças.
A famosa cortezã tão caprichosa em seus amores, como violenta em seu odio, conservando viva e sempre profundamente dolorosa a memoria da orgia da noite da primeira dominga de Outubro, que é a data da festa de Nossa Senhora do Rosario, nem uma só vez, nem, se quer por um só instante