respirava ancioso, e a colera, a duvida, o orgulho, o resentimento, a dôr atormentavão-Ihe o coração e o espirito: voltava a miudo olhos ardentes para Jeronymo.
Depois que muito pensou, disse pausada e gravemente:
— Jeronymo Lirio tem fama de negociante consciencioso e de homem puro, cuja palavra é sagrada.
Jeronymo curvou-se.
O conde da Cunha continuou:
— Tenho até hoje desprezado quantas queixas e denuncias contra Alexandre Cardoso seus inimigos forjarão: depositei até hoje plena, e, se quizerem, cega confiança no meu ajudante official da sala: sei bem, como é fertil em calumnias o odio, e como aquelles que mais fielmente, e em mais alta posição servem ao governo estão sujeitos ás setas do aleive e aos embustes da perfidia; mas Jeronymo Lirio, o homem austero, sem refolhos nem mentira, o velho negociante portuguez que nesta cidade é mais considerado e venerado ou me ultrajou com injuria descomedida, ou me abrio os olhos sobre um erro que nodôa a minha vida: é isso ou não?...